Não me recordo ou possa ser um lapso de memória, mais campeonato ganho pelo Bugre rubro negro nunca foi de maneira fácil. Tem que ter emoção e haja paciência para o torcedor e força para a massa bugrina que lota as arquibancadas, segurar o coração no lugar certo.
Talvez por que boa parte do grupo de jogadores e alguns diretores são Corinthianos e ainda de quebra o treinador é Atleticano, portanto a emoção é sempre uma constante.
Na final do último domingo a história não foi diferente, uma verdadeira multidão composta por cerca de 2.250 pessoas se deslocaram até o estádio Carlos Costa. Deve-se levar em conta que Guaxupé é uma cidade de cerca de 49 800 habitantes e é futebol amador.
Cerca de 85% das 2.200 pessoas são torcedores do bugre, cinco por cento desses torcedores eram Gremistas, vindos da cidade de Conceição da Aparecida, o outro finalista e dez por cento são dos chamados torcedores de um bom futebol. E outras cinqüenta pessoas que estavam trabalhando no evento, seja na imprensa, policiamento, segurança e convidados da Organização.
Essas pessoas foram ver o time do coração em uma decisão importante e atraídas também pela promoção da empresa Pasqua JF, patrocinadora da equipe bugrina desde a sua fundação, que promoveu sorteio de diversos e valiosos brindes, desde TV em Cores, passando por DVD, Bicicletas, Jantares e muito mais muito sorvete para as crianças, comemorando os 3 anos de existência do Guarani.
Um jogo que parecia fácil, com um placar logo no início do jogo que estampava a soma de três a zero em favor do Guarani, era só festa e alguns torcedores mais apaixonados pela equipe já entoavam o grito de – É Campeão !!!.
Os responsáveis : Hebinho marcou aos 4 minutos, no oitavo minuto Rodrigo fez o segundo, e Eusébio ampliou aos 17 minutos do tempo inicial.
Mais como no cotidiano, tudo aquilo que conquistamos temos por obrigação zelar para que tenha um tempo de vida útil prolongado. No futebol não é diferente disso, e o Bugre relaxou, procurou o chamado sossego.
O grêmio viu nesse suposto desinteresse a oportunidade de levar a Taça para Conceição da Aparecida e foi aos poucos descontando a vantagem rubro negra. Devinho aos 18 minutos começou a chamada conta de diminuir a vantagem bugrina. Toquinho aproveitou para dar uma mãozinha reduzindo a vantagem rubro negra para um gol. O Guarani só deu ar de sobre vida aos 39 minutos ainda da etapa inicial.
Parma usou a cabeça e fez o quarto gol rubro negro, ampliando a vantagem novamente.
O Grêmio terminou a etapa inicial com uma desvantagem de apenas dois gols.
Renatinho nas arquibancadas sofria junto com a família rubro negra e nada podia fazer para acertar a sua equipe em campo. Toninho, treinador do Grêmio fez a mexida precisa em suas peças de meio e o time fechou o buraco na defensiva.
No tempo final o time gremista veio mais senhor de si e colocou em campo mais um aliado: a vontade de ser campeão.
O Guarani passou pelo menos cinco minutos só rebatendo bolas, sem criar absolutamente nada, até que o vice artilheiro da competição, Devinho, achou uma avenida na defensiva bugrina e diminiu a diferença para apenas um gol.
Essa diferença o meia defensivo Anilton, da equipe gremista fez questão de zerá-la, com um belo gol no meio da defesa rubro negra.
Diferença que ao final da etapa complementar já não existia, a igualdade em 4 a 4, fez com que a Taça fosse decidida nos penais. Para o Guarani um merecido castigo, para o Grêmio um prêmio justo pela atuação principalmente na etapa final.
Penalidade é loteria e foge a lógica. A loteria começou melhor para os comandados de Antônio Carlos 'Itabirito' Miguel, a bola entrava solta no gol, ao passo que Bujato mostrava que iria por água no chope dos Gremistas.
Por duas vezes o goleiro tocou a bola sem no entanto detê-la.
Até que na cobrança do quarto penalti pelo capitão Anilton, o goleiro desviou a bola e a responsabilidade do Título passou para o jovem Everton Buiu.
O garoto teve atitude de um vencedor e com categoria e tranqüilidade ímpar, colocou o balão de couro no canto de Cezar Borba, decretando o final do campeonato.
Everton Buiu escreveu o nome do Guarani F. C., na história das competições promovidas pela AMOG, no que diz respeito ao futebol amador.
E essa coisa que encanta no futebol e o faz apaixonante é ESPERANÇA !
Sentimento que o torcedor bugrino não perdeu por um instante sequer.
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